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Mostrando postagens de julho, 2022

Ma Mère

Despertei de um sono raso e incômodo, desses que a gente sabe que não está nem bem dormindo, tão pouco desperta. Flutuando em águas escuras, metade do corpo repousando inerte debaixo d’água e a outra metade inconscientemente buscando o ar necessário para todo resto não afundar.  Eu não estive sonhando, estou certa que não, talvez meu corpo anunciava, o prelúdio de algum tipo de cólera prestes à erupção. Seja como for, não havia muito a ser feito. Já estava desperta e inquieta com coisa alguma. Sentei-me na beira da cama, peguei a moringa em cima da mesa de cabeceira, me servi de água fresca e fui calmamente até a cômoda buscar as vestes de verão.  O outono já se anunciava lá fora, mas eu não sinto frio tão facilmente. Prefiro o rigor dos invernos a melancolia enfeitada dos verões! Neve e névoa deixando tudo monocromático, até mesmo os abençoados dias de sol, ainda mais frios que os de chuva, de uma beleza irresistível.  Ainda era madrugada, a escuridão de meu quarto permanecia intocada